Alma de Tinta
Ah! Os fundos, os autos, o povo!
O singelo brilho de uma noite estrelada
Que traz a minha sombra em timbre novo
Em novas cores a minha face resoluta
Digo hoje que sou nova fonte
Chuvisco sobre a mancha do tinteiro
Malabarista e saltimbanco insone
Inflamado de ideias como um corisco
Ah! As cores, os tons, os arcos!
Sempre a vitória incessante da caneta
Que faz da vida um ritmo extinto
E a derrota arfante em gotas de tinta
A gota colorida suspensa, sou eu mesma
Cheia da argúcia desesperada
A balouçar na frequência do que é escrito
Livre como um jorro de tinta colorida.